Robin Williams feriu o ufanismo brasileiro tanto quanto feriu o ufanismo carioca. Em terras tupiniquins é motivo suficiente para gerar polê...
Robin Williams feriu o ufanismo brasileiro tanto quanto feriu o ufanismo carioca. Em terras tupiniquins é motivo suficiente para gerar polêmica. O sentimentalismo nacional foi magoado. Bandeiras e homens para as ruas, vamos defender a nação.
Mas Robin Williams errou, pois o Brasil não enviou 50 strippers e meio quilo de pó, pois são milhares de mulheres profissionais, maiores e menores de idade, que fazem a alegria dos turistas todos os anos, o ano todo. E meio quilo de pó? O Brasil é também uma potência no tráfico, temos toneladas e mais toneladas da droga por aqui.
O ufanismo brasileiro é mesmo engraçado. Sente-se mortalmente ferido por uma declaração de um ator norte-americano, e faz com que um político carioca expresse sua fúria em palavras poéticas: "dor de corno" (Eduardo Paes). Mas o que não fere mesmo o nosso ufanismo é a sujeira do Rio de Janeiro, as torcidas futebolísticas se atracando no meio da rua, os hospitais públicos em estado lastimável, a educação medíocre que oferecemos aos nossos filhos, entre outras coisas. Nada disso nos fere. Nada mesmo, mas basta vir um ator norte-americano, e pronto, logo gritamos: Brasil, Brasil, Brasil...
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