O filósofo jamaicano Charles Mills, em seu livro chamado 'O contrato racial', esmiuçava a organização de grupos dominantes europeus ...

O filósofo jamaicano Charles Mills, em seu livro chamado 'O contrato racial', esmiuçava a organização de grupos dominantes europeus caucasianos, diante de grupos étnicos e sociais em que esses se julgavam inferiores a eles. O conceito de indivíduo, adotado no período moderno, não abrangia os outros povos, como por exemplo: índios, africanos e orientais. O choque de cultura e costume estava conflagrado. Ainda sobre Mills, ele resumia que o racismo conferiu o poder ao branco mesmo que este branco se aperceba disso ou não, aceitando ou não este poder que simbolicamente foi lhe dado.
Na segunda década do século XXI, notamos a ascensão da chamada extrema direita conservadora. Na verdade, esses grupos nunca deixaram de existir. Faltava algo ou alguém para expô-los ao cenário mundial. A França, a Itália e a Alemanha são os países onde se começou a ensaiar a nova cara da extrema–direita, ainda no século XX. Esse movimento sai da Europa e migra para outros países. Nos EUA, nas Filipinas, no Brasil, na Polônia, na Hungria e Reino-unido começaram a experimentar. Logo, o mais trágico vem a seguir, quando setores da sociedade começam a identificar-se com essas pautas extremistas. Há algo em comum em suas ideologias? Sim. Família, Deus e Pátria. Chamo isso de triple do moralismo.
Particularmente o Brasil vem saindo do chamado armário da extrema. Em 2013 começava a dar os primeiros passos para mostrar a indignação à nossa política e políticos. Reivindicações antidemocráticas entraram nas pautas. Fechamento das instituições republicanas, a volta de regimes totalitários, a perda de diretos sociais e civis e outros. As redes sociais foram a principal protagonista desses eventos. Ao mesmo tempo, aquilo que julgávamos como inaceitável era aceito e naturalizado. Perfis racistas, homofóbicos, machistas e classistas entraram na ordem do discurso do ódio que agora está explícito.
A vitória e a subida ao poder do presidente da república do Brasil tirou de vez essa gente da rede social para a vida real. São exemplos que vem aparecendo toda semana. Passar a ser diferente, ocupar o mesmo espaço de status e emitir opiniões contrárias, mesmo apontado a lógica e a fonte, é considerado inimigo.
Nos últimos dois meses acompanhamos três situações que tem tudo a ver com o título do texto. Pessoas com boa situação financeira e status social jactando–se da sua posição de poder e ordem social: sabes quem sou eu?
Se estiveram diante de alguém que não corresponde a ordem e posição pertencente ao mesmo, a humilhação ao ser humano é garantida. Junte-se aos fatores classe, gênero e etnia e a humilhação fica completa.
O lado bom de toda essa tristeza são as reações a toda esse retrocesso. O exemplo que me deixou feliz foi aquele caso do norte–americano, George Floyd,que covardemente foi morto por um policial. A mobilização de todos, em especial jovens, senhores negros, brancos, índios e latinos, foi o sinal que há quem não queira assinar a carta do contrato do racismo que Charles Mills mencionou e acrescento: todas as formas de exclusões e ações fascistas.
Como ativistas da causa negra e educacional, posso dizer que enquanto não forem feitas políticas educacionais para incluir os excluídos e onde todos possam estar sendo contemplados e representados, continuaremos assistindo ou reproduzindo todas as formas de opressão.
Termino com duas frases do Educador Paulo Freire :
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.”
(Texto escrito por Fabio Nogueira, estudante de história e professor voluntário de pré vestibular comunitário.)
Particularmente o Brasil vem saindo do chamado armário da extrema. Em 2013 começava a dar os primeiros passos para mostrar a indignação à nossa política e políticos. Reivindicações antidemocráticas entraram nas pautas. Fechamento das instituições republicanas, a volta de regimes totalitários, a perda de diretos sociais e civis e outros. As redes sociais foram a principal protagonista desses eventos. Ao mesmo tempo, aquilo que julgávamos como inaceitável era aceito e naturalizado. Perfis racistas, homofóbicos, machistas e classistas entraram na ordem do discurso do ódio que agora está explícito.
A vitória e a subida ao poder do presidente da república do Brasil tirou de vez essa gente da rede social para a vida real. São exemplos que vem aparecendo toda semana. Passar a ser diferente, ocupar o mesmo espaço de status e emitir opiniões contrárias, mesmo apontado a lógica e a fonte, é considerado inimigo.
Nos últimos dois meses acompanhamos três situações que tem tudo a ver com o título do texto. Pessoas com boa situação financeira e status social jactando–se da sua posição de poder e ordem social: sabes quem sou eu?
Se estiveram diante de alguém que não corresponde a ordem e posição pertencente ao mesmo, a humilhação ao ser humano é garantida. Junte-se aos fatores classe, gênero e etnia e a humilhação fica completa.
O lado bom de toda essa tristeza são as reações a toda esse retrocesso. O exemplo que me deixou feliz foi aquele caso do norte–americano, George Floyd,que covardemente foi morto por um policial. A mobilização de todos, em especial jovens, senhores negros, brancos, índios e latinos, foi o sinal que há quem não queira assinar a carta do contrato do racismo que Charles Mills mencionou e acrescento: todas as formas de exclusões e ações fascistas.
Como ativistas da causa negra e educacional, posso dizer que enquanto não forem feitas políticas educacionais para incluir os excluídos e onde todos possam estar sendo contemplados e representados, continuaremos assistindo ou reproduzindo todas as formas de opressão.
Termino com duas frases do Educador Paulo Freire :
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”.
“Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.”
(Texto escrito por Fabio Nogueira, estudante de história e professor voluntário de pré vestibular comunitário.)
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